Tratamento de dor

Segundo a IASP (Associação Internacional para Estudo da Dor), revisada em 2020, a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou semelhante àquela associada a dano real ou potencial ao tecido. A dor é sempre uma experiência pessoal que é influenciada em vários graus por fatores biológicos, psicológicos e sociais.

Podemos classificar a dor como aguda ou crônica.

-Dor aguda

A dor aguda tem um tempo determinado, geralmente menos de três meses. Não é algo contínuo ou regular e costuma surgir de repente, como a dor pós-operatória, por exemplo. 

-Dor crônica

Normalmente é sintoma de alguma doença já existente, podendo ser em alguns casos, a própria a doença e sem apresentar a causa em exames. Costuma ser duradoura, ser contínua, ter períodos regulares ou crises intermitentes com duração superior a três meses.

Características e diagnóstico da dor

Cada tipo de dor tem diferentes características e diagnóstico:

  • As dores que acompanham doenças neuropáticas geralmente são em queimação ou agulhadas.
  • Dores em facadas estão mais relacionadas às afecções agudas (de origem inflamatória), isquêmicas e hemorrágicas. Muito comum em dores abdominais e cefaléia.
  • A dor latejante também está relacionada às dores de cabeça.
  • A dor em cólica geralmente é de origem visceral.
  • A dor em peso é muito comum nas doenças musculoesqueléticas.
  • A dor em aperto está intimamente ligada ao infarto agudo do miocárdio.
  • Algumas doenças podem apresentar dores mistas (dor oncológica).

Tipos de bloqueios da dor

Os bloqueios têm sido muito eficazes como um dos métodos de tratamento das dores, com a utilização de técnicas minimamente invasivas, por exemplo:

-Bloqueios terapêuticos

São bem indicados para o alívio da dor, principalmente em um distúrbio autolimitado, como as dores pós-operatórias e pós-traumáticas. Também são indicados para o alívio das dores crônicas, ajudam o paciente a manter um status de tratamento ambulatorial, possibilitando o paciente a manter a participação em um programa de fisioterapia ou reabilitação, diminuindo dessa forma, a necessidade de analgésicos. Os procedimentos são feitos com utilização de agulhas, e são guiados por uso da radioscopia ou ultrassonografia.

-Bloqueio neural

É prescrito tanto para benefício terapêutico, como para diagnóstico, prognóstico e profilaxia ou a combinação dessas medidas.

-Bloqueio simpático

Na causalgia e na distrofia simpática reflexa (isto é, síndromes dolorosas regionais complexas) permitem uma aplicação mais eficaz de técnicas de tratamento adjuvante, incluindo fisioterapia e medicação. Em alguns casos, as injeções terapêuticas ajudam o médico a obter a cooperação do paciente, que pode ter sido comprometida não apenas pela dor, mas também pelo medo, má nutrição e descondicionamento.

-Bloqueio de diagnóstico

Ajuda o médico a determinar a origem anatômica da dor do paciente.

-Bloqueio prognóstico

Tem como objetivo fornecer informações sobre a eficácia de um procedimento ablativo neurolítico ou neurocirúrgico planejado ou resultados cirúrgicos potenciais. Esses bloqueios também podem ajudar o médico e o paciente a decidir se devem prosseguir com a cirurgia ou procedimentos ablativos.

-Bloqueios profilático

São usados ​​para atrasar e reduzir a dor pós-operatória, para prevenir complicações causadas por dor pós-traumática ou visceral, para diminuir a duração da hospitalização e convalescença e para prevenir o desenvolvimento de certas síndromes de dor crônica, como distrofia autonômica e dor de membro fantasma.

O tratamento do paciente que sofre de dor crônica é feito de uma forma multidisciplinar, por profissionais qualificados para isso.

A abordagem terapêutica deve abranger todos os aspectos da vida e da família do paciente.

O tratamento deve ir além do farmacológico, com uma abordagem nos aspectos físicos e psíquicos que envolvem a dor.

(Fonte: Anthony H Wheeler, MD, Department of Neurology, Bethany Medical Center)